Hoje, quando acordou sentiu o peso de ter ficado com o coração dela. Não era o facto da massa do coração ter aumentado e consequentemente o peso, não.
Era o facto da saudade que se gerava nele, e posteriormente alcançava o coração dela.
Mas ... ele não iria mostrar a fraqueza em que se encontrava, não se iria lamentar pela saudade, nem pela dor, muito menos pelo sentimento que nele se gerava.
Ele escondia, ele não transmitia, ele fechava-se no quarto, dormia horas e horas para desocupar o seu pensamento, mas não conseguia parar o aperto que o envolvia. Que o sufocava. Que, estranhamente o albergava.
Ele tinha de esquecer. Tinha de esquecer o toque, o cheiro, os lábios, o corpo, o olhar ... Só não valia a pena esquecer que a desejava.
Mas por agora, teria de esquecer .
