Monday, July 19, 2010

Alícia

Deitada na poltrona, Alícia apoiava a cabeça sobre o braço da mesma e fechava os olhos.
Permanecia impotente a qualquer acto de fala do seu companheiro que insistia em não a deixar sozinha.
Não reagia a nada. Imobilizara ali, naquele enorme salão, numa poltrona de veludo. A corrente de ar era forte, mas não movia seus belos e longos cabelos ruivos. Não se arrepiara com a carícia provocada pelo companheiro ao longo das pernas, onde a sua magnífica roupa não aconchegara. As suas veias estavam dilatadas e a sua pele tornara-se mais branca que o habitual. Uma lágrima congelara em seu rosto e seu lábios começaram a rebentar.
A fragilidade era tão exaustiva que acabara com a fisionomia de Alícia.