Completamente enternecida com a fotografia da nova família de Katherine Heigl (a Izzie de Grey's Anatomy), que acaba de adoptar uma bebé coreana de dez meses portadora de uma deficiência que se recusa - e bem - a identificar, apetece-me louvar a coragem de todas as pessoas que, como ela, se dispõem a acolher uma criança desconhecida de casa e coração abertos, assim como a amá-la desde o primeiro minuto como se fosse um amor de sempre.
Da mesma forma que me apetece lamentar a lentidão que, ainda hoje, marca os processos de adopção em Portugal - lentidão essa que acaba invariavelmente por roubar um tempo inestimável e insubstituível a estas famílias. E a obsessão generalizada por crianças perfeitas, saídas directamente dos catálogos da Chicco, em detrimento de outras (não tão perfeitas mas tão ou mais merecedoras), que acabam votadas a uma vida de abandono por terem tido o azar de nascer com uma cor diferente. Ou de já não serem bebés de colo. Ou de não serem exactamente iguais às outras.
É por tudo isto que aqui deixo o meu elogio a esta (grande) mulher. Que ainda por cima nem sequer explorou a hipótese de ter filhos biológicos. Eu, confesso, nunca teria sido capaz.
|
---|