
Horas mais tarde, no escritório, enquanto conversava distraidamente com a senhora que me arranja as mãos, descubro que ela mora longíssimo de Lisboa, que passa quatro horas nos transportes todos os dias, que tem dois filhos (um dos quais com problemas) mais um sobrinho que vive com ela há dez anos, que partilha ainda a casa com o marido, com a sogra que está acamada e com o sogro que é cego e que se levanta todos os dias às cinco da manhã. E ainda assim estava infinitamente mais bem disposta que eu.
E foi assim que, em poucos minutos, me senti a pessoa mais mesquinha do mundo.