Ele já não aguentava estendido na cama. Sufocava-me o calor libertado pelos lençóis que me albergavam. O cheiro do amor ainda permanecia no ar deixando-me intoxicada. O vento que se fazia sentir lá fora ecoava no quarto escuro e fechado de onde me recusava a sair. O vento era fraco mas conseguia arrefecer o quente quarto, devido à pequena abertura que havia nos estóros e devido à janela, que a minha mãe tivera aberto antes de abalar para o trabalho. O meu corpo permanecia adormecido desde ontem. Desde que saíste pela porta das traseiras e ainda não regressaste. O meu coração está anastesiado. Está ligado ao teu por fios para que ainda se mantenha vivo.
No entanto, o meu batimento cardíaco em vez de abrandar a cada segundo, respectivamente à quebra dos fios, não, este acelera. O meu organismo não está a funcionar naturalmente, mas é certo, é certo que ele vai parar.