Saturday, August 21, 2010

Vestígios Perfumados .


Instalada no sofá, ela respirava pausadamente.
Seu olhar permanecia imune à fraca corrente de ar que percorria aquela grande e escura sala.
Seus olhos não pestanejavam, seu cabelo não se movimentava.
Seu indicador esquerdo exprimia um som leve ao bater suavemente na grande almofada onde esta acalmava.
Nas suas veias e artérias ainda percorria sangue dele. As células continham o seu perfume que tornava o sangue venoso em arterial, como se tratasse de uma substância composta que substituía o dióxido de carbono e, se tornava indispensável à sua respiração (...)
Por mais fraco que fosse todo aquele comportamente corporal, haveria sempre vestígios do perfume dele nas suas células.