As palavras pelas quais ela ansiava estavam demoradas. Estavam perdidas pela escuridão da noite, pela saudade dos momentos. Os gestos que a provocavam tinham deixado de existir, tanto como o rapaz. Ele desaparecera. Ele deixara o seu mundo e agora, agora ela não tinha ninguém para adormecer a seu lado, não tinha um beijo de boa noite, não tinha um sorriso ao acordar, simplesmente já não o tinha a seu lado.
As palavras deixaram de se ouvir. Um eco repetitivo, pronunciava o seu último «amo-te» e a sua memória não parava de sequenciar todos os momentos juntos.
As memórias eram única coisa que ainda resistia à erosão da saudade. Mas não aguentaram muito tempo sem a base de conforto, então ...
...Então desvaneceram como o anoitecer. Sem dor, sem mágoa, sem saudade esperando que a noite passasse rapidamente.