Sunday, June 6, 2010

Anoitecer.

As palavras estão gastas. Os gestos inexistentes.

As palavras pelas quais ela ansiava estavam demoradas. Estavam perdidas pela escuridão da noite, pela saudade dos momentos. Os gestos que a provocavam tinham deixado de existir, tanto como o rapaz. Ele desaparecera. Ele deixara o seu mundo e agora, agora ela não tinha ninguém para adormecer a seu lado, não tinha um beijo de boa noite, não tinha um sorriso ao acordar, simplesmente já não o tinha a seu lado.
As palavras deixaram de se ouvir. Um eco repetitivo, pronunciava o seu último «amo-te» e a sua memória não parava de sequenciar todos os momentos juntos.
As memórias eram única coisa que ainda resistia à erosão da saudade. Mas não aguentaram muito tempo sem a base de conforto, então ...
...Então desvaneceram como o anoitecer. Sem dor, sem mágoa, sem saudade esperando que a noite passasse rapidamente.