Não era justo para a rapariga. Não era justo ele ter a pass para entrar quando quisesse sem pedir autorização, sem avisar e ainda para mais os danos causados eram sempre insupríveis. Ele não deveria ter acesso à sua mente, muito menos conseguir pôr a rolar todas as cenas vividas como um filme, ele não tinha de fazer isso mas ele fê-lo. Era egoísta, aliás foi egoísta para com ela. Ele sabia que a transtornava e ainda assim fê-la passar por todas as recordações novamente. Se ele queria voltar a sentí-la podia ter feito no seu quarto, na sua cama, debaixo dos lençóis, onde quisesse, mas longe bastante longe dela.
A crueldade sempre fora um dos pontos comuns à sua personalidade.
E infelizmente, a facilidade de afastamento sempre fora um dos pontos fortes dela.
Perderia todo o direito de a invadir se esta o conseguisse afastar de sua mente, do seu corpo, de seu coração. Mas a tarefa tornava-se complicada e este dificultava-a.
O quarto arrefecera. A respiração abrandara. Mas o buraco prevalecera no peito e não a deixara descansar.