Este Verão descobri que me transformei numa pessoa bastante tolerante. Não que alguma vez tenha sido quadrada, mas confesso que havia coisas relativamente às quais era bastante intransigente (adopção por casais homossexuais à cabeça).
O primeiro sinal de mudança surgiu quando, há alguns anos, em conversa com uma amiga, comentava o quão bom Pai era um conhecido comum: como ele estava sempre a falar dos filhos, a enaltecê-los, e como fazia questão de interromper a sua (atarefada) vida profissional para ser ele a ir buscá-los à escola todos os dias. E qual não foi o meu espanto quando a minha amiga revelou que os filhos dele tinham sido encontrados pelo próprio num caixote do lixo (!!!), adoptados em nome da Mãe e (muitíssimo bem) criados por ele e pelo namorado de há anos.
No mês passado, enquanto discutia com um amigo algo conservador a possibilidade de o irmão dele (e meu ex-namorado, há que dizê-lo com frontalidade) ser homossexual, dei por mim a defender tudo: a homossexualidade, o casamento gay, a adopção, o pacote todo. E nem queria acreditar nas palavras que me saíam da boca.
Se calhar é por trabalhar há uma série de anos num meio bastante... "artístico". Ou se calhar fui eu que evoluí. Mas a verdade é que hoje acredito que mais vale uma criança ser adoptada por dois (bons) adultos do mesmo sexo que criada por casais heterossexuais como os referidos no post abaixo. Mas isto, é claro, sou eu.
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