Não sou nem pretendo fazer-me passar por uma Mãe perfeita, longe disso. Não porque não queira, que até queria e muito, mas simplesmente porque tal coisa não existe. Sou simplesmente uma Mãe que tenta, dia após dia, dar o seu melhor. O que parece bastante óbvio, mas às vezes não é.
Digo isto a propósito de uma conversa que tive, há pouco tempo, com a directora do colégio dos meus filhos. E na qual ela me relatou, em 10 escassos minutos, um pouco de tudo: histórias (sempre anónimas) de crianças negligenciadas, imensamente carentes de afecto, levadas diariamente à escola por Pais alcoolizados, que ficam acordadas noite após noite para evitarem que as Mães cheirem "pó branco"... tendo a conversa terminado com um enigmático "e, salvo raras excepções, quanto mais dinheiro as pessoas têm, pior".
Saí da escola com um nó no estômago e a interrogar-me por que motivo estas "pessoas" não se limitaram a adoptar um Tamagoshi. E por que insistem em ter crianças que nunca terão quaisquer hipóteses de serem adultos normais. E que, provavelmente, um dia se vão cruzar com os meus filhos. E "desnormalizar" o melhor que vou conseguindo fazer, dia após dia, todos os dias da minha vida. Como é minha obrigação, aliás.