Passou-se mais um fim-de-semana e eu nem pus os pés na rua. Não fui até à varanda ouvir o chilrear dos pássaros que costumam pousar nas beiras da minha casa. Não abri os estóros para ver os raios de sol a iluminar-me o quarto, aliás neste fim-de-semana nem sequer sol houve. Foi chuva, chuva e mais chuva. Foi trovoada, relâmpagos e água, água sem parar. Acho que a única coisa que me anima no meio deste temporal de mágoa e sentimentos é o facto de (já só) faltarem 7 semanas para as aulas acabarem. É impressionante como o tempo influencia o estado de espírito de uma pessoa (pelo menos o meu). Este tempo deixa-me completamente sem vontade para nada. Ainda para mais esse teu desprezo, essa tua ignorância, essa tua lata de apenas teres saudades minhas quando te convém deixa-me completamente mal humorada e apenas só me apetece dormir.
Passo horas a fio na cama, a ouvir a chuva a bater na janela e esperando ansiosamente para que o telemóvel dê sinal que recebeu uma mensagem. Mensagem essa que desespéro à já algum tempo, mensagem essa que me daria outro ânimo e que, de certeza, me faria levantar da cama e abrir os estóros e ver a chuva a molhar a janela em vez de me limitar em deixar-me estar na cama e ouvi-la simplesmente.
Este fim-de-semana nem o pijama tirei deste meu corpo que te deseja, sempre te desejou e sempre te continuará a desejar. Perdi o apetite, perdi a vontade de cantar, de ouvir música, de ver televisão, simplesmente só me apetece ir ter contigo e dizer-te cara-a-cara que não sou nenhuma boneca com quem brincas apenas e só quando te apetece. Não sou a boneca que está ao teu dispor quando sentes vontade de brincar. Não sou a boneca que podes usar apenas quando te sentes insaciado. Não sou uma simples boneca, não sou .
Posso ser a tua boneca, quando te deres ao luxo de seres o meu boneco. Aí sim, podemos brincar ao que quiseres que seremos apenas os dois um do outro, usar e abusar. E pode chover o dia todo, a noite toda que aí a chuva deixar-me-á com um sorriso no rosto e o coração aos saltinhos de felicidade.
