Friday, April 16, 2010

Swing .


Sentada no baloiço, ela esperava ansiosamente pela chegada do rapaz, rapaz esse que esta não via à já algum tempo. Também não trocavam palavras, olhares nem sequer carícias como costumava acontecer. Perderam o contacto, físico e visual. Perderam-se mutuamente.
Esperava que este tivesse lido a sua mensagem e que, pela primeira vez, fosse ao encontro dela.
Foi perto daquele parque que estes os dois trocaram as primeiras palavras, foi também ali perto que estes se sentiram. Era ali que ela queria recordar tudo o que vivera com ele. Não importava que tivesse sido apenas uma vez. O que importava naquela altura era que ele aparecesse. Que lhe mostrasse que por mais distantes que estivessem ele continuava a desejá-la.
A bela tarde de Verão ia passando e estava a começar a escurecer. A aragem que se fazia sentir e que fazia os seus lábios secarem e os seus cabelos voarem davam-lhe uma sensação de liberdade, mas este vento quente sufocava-lhe o coração e seus olhos enchiam-se cada vez mais de lágrimas. Ele não entrava pelo portão do parque. Ele não se limitava a ligar-lhe e explicar o motivo porque não aparecia, mas a vontade dela não a demovia daquele banco de baloiço. Ele tinha de vir, nem que ela esperasse até de manhã ele iria aparecer, quer dizer, ele deveria aparecer. As horas passavam e já só havia a luz das estrelas a iluminar as lágrimas de seus olhos, ela estava a perder as forças e já nem vento se fazia sentir para lhe dar a sensação de liberdade!
(...)
Um ruído estranho fez-se ouvir no exacto momento em que esta acabara de limpar a primeira lágrima que caíra pelo rosto. Esta não se mexeu. Poderia ser quem fosse, que esta não se demovia dali. Sentira então uma mão a pousar no seu ombro, mão essa que fez o seu corpo arrepiar-se. Ele acabara de chegar. Ela, nem deu hipótese que este explicasse o seu atraso. Ela não queria perder mais tempo. Agarrou-lhe a mão. Puxou-o para a sua frente. Abraçou-o e disse-lhe ao ouvido «eu sabia. eu sabia que ainda nos desejávamos» e beijou-o! Ela já tinha saudades de o sentir consigo. Ela agarrava-lhe a suave mão enquanto este explicava porque não aparecera antes. Este acariciava-lhe o rosto, mexia-lhe no cabelo e ... beijava-a. Aqueles seus lábios deixavam-na completamente nas nuvens. Aquele seu corpo provoca-lhe desejo e as suas mãos faziam-na sentir-se desejada.
Ficaram no parque o resto da noite.

Ficaram apenas eles os dois, o luar, as estrelas e os sentimentos que ali pairavam.