Renega-me mais uma vez para não ter a tendência de voltar .
Diz não a tudo. Aos sentimentos, aos beijos, aos olhares, à roupa no chão, a mim.
Vá diz-me isso com todas as l-e-t-r-i-n-h-a-s .
Vai doer, eu sei que vai doer mas não dói mais que a devastação lenta e a contaminação do sangue que entra e sai no coração que por sua vez, tu decidiste contaminar com a arrogância do amor [toda ela criada por ti]. Vá diz-me que não de uma vez por todas, será mais fácil lidar com tudo e acabar de vez com a contaminação. Poupas-me trabalho e despesa. Senão terei de estar sempre a pedir ao "técnico" para vir limpar todos os restos que deixaste e cravaste bem, bem profundo para não saírem tão depressa, magoarem e demorarem a cicatrizar. Tu gostas, tu adoras ver cicatrizes feitas por ti, assinadas e elaboradas por esse teu charme e encanto físico, por essas tuas belas palavras superficiais.
Tu renegas ao ponto de desejares. Tu botas fora como quem não quer a coisa e depois voltas, voltas sorrateiro e com conversas da treta. Com frases elaboradas e já pensadas à muito. Com palavras caras ditas a tantas outras, e pronunciadas uma simples e vaga vez como se a repugnância dos factos fosse inédita ao bombear do coração !