Ficara sentada no meio do passeio. A única claridade que iluminava a sua cara e fazia seus olhos brilharem intensamente era a luz de um candeeiro que se encontrava perto dela e o único aceso naquela grande avenida.
Deixava-se navegar calmamente pelas palavras que ele tivera dito antes do seu último olhar se desvanecer na escuridão da noite onde a luz não conseguia alcançar, onde o único ruído que se fazia ouvir era o dos seus passos pisando folhas secas caídas no imenso chão.
Ela estremecia, ela arrepiava-se, ela permanecia ali sentada no passeio, esperando que ele voltasse atrás com a sua palavra, esperando que ele voltasse e lhe agarrasse a mão e lhe pedisse desculpa como tivera feito todas as outras vezes. Mas alguma vez teria de ser diferente. Alguma vez ele teria de ir e não voltar, não voltar atrás com a sua palavra.
Romper com promessas e juras que tinha feito. Romper com o sentimento que os unia de certa forma, e acabar com aquele consumismo que nem se chamava de amor, nem paixão.
Custava, custava vê-lo ir e não voltar. Ver que ele, desta vez, estava a conseguir controlar a saudade e a força que dantes o fazia demover-se e voltar atrás com tudo.