Dói. Dói muito mais a saudade do que toda a ferida que tu criaste!
Não é o facto de saber que tu foste embora que magoa. Não é o facto de saber que tu fizeste de tudo para não magoar que faz doer, é o simples facto de teres vindo uma vez! Uma e única vez.
Podias nunca ter vindo ou podias vir todos os dias. Podias nunca ter sorrido ou podias sorrir-me todos os dias. Podias nunca ter-me beijado, mas devias, devias de adormecer beijando-me todas as noites!
Agora que vieste uma vez, a tua obrigação era ficar comigo, continuar comigo, não me deixar nem por uma única vez, sabes porquê? Porque desde que vieste, eu chamo por ti todos os dias. Declamo o teu nome todas as noites para que no dia seguinte eu te possa ter comigo e sabes a que conclusão cheguei ? É que quanto menos te chamo mais tu vens ficando comigo! Quando eu me habituo a essa tua forma ignorante de me tratar, tu voltas, voltas novamente como se fosse a primeira vez e depois vais embora! És como a chuva, aparece sempre na altura errada! (eu gosto dela, não gosto é do facto de ser imprevisível).
Um dia, eu prometo-te, quando voltares eu já não vou estar à tua espera, eu já não vou querer que continue a ser apenas de vez em quando nem uma única vez.
Nesse dia, eu prometo-te, mesmo que escureça de madrugada, eu vou (re)lembrar cada traço teu, cada gesto, cada beijo teu, cada (im)perfeição mas não vou voltar a declamar o teu nome, não nesse dia!